Cigarrinha verde ou cicadela em Vinha

Jacobiasca lybica, Empoasca vitis, Empoasca solani, Empoasca decipiens

Cigarrinha-verde

Morfologia 

  • Ovo - branco e forma alongada, tem cerca de 0,7 milímetros.
  • Ninfa - comprimento entre 1 a 3 milímetros, a sua cor varia entre o branco, no primeiro instar e depois verde ou rosada nos quatro instares seguintes.
  • Adulto - semelhante a uma pequena cigarra, tem 2 a 3 milímetros de comprimento, cor verde e asas amarelo-esverdeado, transparentes.

Bioecologia

Hiberna no estado de adulto em árvores e arbustos. Na Primavera migra para a vinha onde completa 3 a 5 gerações anuais.

Os adultos, com grande mobilidade, colocam os ovos no interior da epiderme das folhas, dos quais surgem as ninfas. Estas deslocam-se de uma forma característica - rápida e oblíqua - na página inferior da folha da videira.

As ninfas, causadoras dos estragos na vinha, picam as nervuras, alimentando-se da seiva, ao mesmo tempo que a sua saliva tóxica, provoca a obstrução desses vasos, impedindo a circulação da seiva e levando à morte dessas zonas da folha.

Resiste bem a temperaturas elevadas, sendo as suas gerações mais curtas e intensas nestas condições climáticas.

Prejuízos

Os sintomas surgem 3 a 4 semanas após o aparecimento das ninfas e manifestam-se por um avermelhamento ou amarelecimento da margem das folhas, numa fase inicial do ataque, evoluindo para a sua destruição total. Posteriormente provoca uma desfoliação precoce das cepas.

Prejuízos directos – por redução da área foliar e consequentemente da fotossíntese, afectando de forma significativa a maturação das uvas com diminuição do grau alcoólico provável e da cor dos mostos e redução da degradação dos ácidos.

Prejuízos indirectos – dificuldade no atempamento das varas, o que em situações de ataques graves poderá conduzir a dificuldades no abrolhamento das videiras e ao seu progressivo enfraquecimento.

Estratégia de Protecção

A monitorização da cigarrinha-verde pode ser feita com o auxílio de armadilhas cromotrópicas amarelas, onde se detecta a época de aparecimento dos adultos e pela contagem do número de ninfas observadas em 100 folhas espalhadas na vinha.

O combate a esta praga deve ser realizado sempre que se observem 100 ninfas em 100 folhas, podendo este valor ser menor em casos de vinhas jovens ou de castas muito susceptíveis. No caso de vinhas muito vigorosas ou regadas, pode tolerar-se um valor superior de ninfas nas 100 folhas observadas.

Em ataques tardios (Julho - Agosto) devido à rapidez do desenvolvimento da praga, à maior intensidade dos sintomas e da sua consequência ao nível da maturação, os tratamentos devem realizar-se logo que se verifique uma evolução abrupta no número de ninfas observadas.