Syngenta é parceira em projetos de melhoria tecnológica do milho


A Syngenta participou nos dias de campo SaniMilho e Mais Milho, a 1 e 3 de Setembro, no Ribatejo, onde apresentou novas variedades de milho tolerantes à cefalosporiose e um programa de controlo das infestantes, baseado no herbicida Lumax.

No momento em que se aproxima a data de colheita do milho é tempo de aferir os resultados no terreno, onde a Syngenta dispõe de uma vasta rede de campos de ensaio com soluções integradas para a cultura. Na passada semana a Syngenta recebeu várias dezenas de agricultores, técnicos e entidades oficiais na Estação Estação Experimental António Teixeira, em Coruche, onde decorre o projeto SaniMilho, e na Golegã, onde apresentou soluções que previnem os ataques de cefalosporiose, doença também conhecida como murchidão tardia do milho.

No campo de ensaios do projeto Mais Milho a Syngenta testou quatro variedades tolerantes à cefalosporiose: SY Sincero, SY Hydro, SY Brabus e SF6033, as duas últimas em ensaio pela primeira vez em Portugal. O SY Sincero (FAO 500), um milho híbrido para grão e silagem, comprovou pelo segundo ano consecutivo neste ensaio a sua boa tolerância à murchidão tardia do milho. «Quando comparadas com a testemunha (variedade suscetível à doença) as plantas do SY Sincero apresentam-se completamente verdes e com boas maçarocas», afirma Gilberto Lopes, field expert da Syngenta.

O SY Hydro tem apresentado uma boa performance também nos campos dos agricultores. «Tenho feito Hydro, Miami e Sincero e noto que o Hydro é bastante tolerante à cefalosporiose, apresenta muito boa sanidade até final do ciclo, mantém o vigor e a cor verde e além disso tem um bom comportamento em situações de stress hídrico», garante José Carlos Luz, que produz 160 hectares de milho no concelho da Golegã.

O SY Brabus (FAO 600), que apresenta um grão vítreo, é uma variedade bastante tolerante a fungos, nomeadamente fusarium e cefalosporiose, e poderá vir a ser mais uma ferramenta à disposição dos agricultores na próxima campanha. O SF6033 (FAO 500) demonstrou um comportamento interessante na tolerância aos fungos.

A murchidão tardia do milho é causada pelo Chephalosporium maydis, um fungo do solo cujos ataques ocasionam o emurchecimento das plantas na fase final do seu ciclo vegetativo. A doença está a preocupar os agricultores do Ribatejo como testemunhou João Coimbra: «esta doença poderá pôr em causa o futuro da cultura do milho. É necessário estabelecer uma rede de ensaios a nível nacional para despistar e monitorizar a cefalosporiose. Nós produtores devemos usar variedades tolerantes, fazer sementeiras precoces e evitar rega excessiva».

A mentora e coordenadora do projeto, Manuela Varela, apresentou resultados da campanha passada que comprovam a diferença de produtividade entre as variedades tolerantes (média 14 ton/ha) e a variedade suscetível ao fungo (7,5 ton/ha). Numa modalidade com variedades tolerantes e mobilização do solo, testada para deslocalizar o inóculo da superfície para determinada profundidade do solo onde a sua multiplicação se torne inviável, a produtividade aumentou 18% (15 ton/ha). Revelou ainda que o fungo triplica às 12-13 folhas do ciclo milho, mas nas variedades tolerantes se reduz 1,5 vezes.

Além de participar no projeto Mais Milho, a Syngenta tem em curso um convénio com a Universidade de Madrid, através do qual está a testar em campos de ensaio em Toledo, uma gama de variedades resistentes ao Chephalosporium.

Milho são com Lumax

No SaniMilho, em Coruche, a Syngenta ensaiou as variedades SY Miami, SY Radioso, SY Hydro e SY Sincero. O campo, semeado a 3 de Maio, apresenta-se homogéneo e isento de infestantes, graças ao controlo com o herbicida Lumax, aplicado com incorporação de água. «Após a aplicação do Lumax é importante manter a humidade no solo, regando, para que a barreira anti-germinativa continue ativa», explicou Gilberto Lopes. O Lumax é indicado para aplicação em pré-emergência e até ao estado de 3 a 4 folhas do milho (emergência pós-precoce).

Francisca Chaves Ramos confirma a boa experiência com a incorporação com água: «temos usado o Lumax e tem corrido muito bem. Este ano aplicamos exclusivamente em pré-emergência, incorporado no solo com água, e resultou bastante bem no controlo das infestantes. No ano passado tivemos menos cuidado e fomos obrigados a aplicar herbicidas pós-emergentes». Esta agricultora do concelho da Golegã, onde produz 150 hectares de milho, é cliente das variedades Syngenta, destacando o SY Miami, do qual semeou 30 hectares na atual campanha: «no ano passado o Miami foi de todas a variedade que tive com maior produtividade – 16 ton/ha –, tem um excelente stay green até ao final do ciclo e com uma humidade relativamente baixa».

O projeto Sanimilho é um projeto liderado pela ANPROMIS, com a colaboração do INIAV, que estuda técnicas de condução da cultura com vista a melhorar o itinerário cultural do milho, produzindo mais e melhor com menos recursos.

A Ministra da Agricultura, Assunção Cristas, que esteve na sessão de encerramento do dia de campo do projeto Sanimilho, disse que «o setor do milho pode ser dado como um exemplo a seguir por outras fileiras agroalimentares. É um caso de sucesso pela organização que demonstra e pela sólida e estrutural tendência de modernização e sofisticação tecnológica, nomeadamente ao nível da poupança de água e energia».

Em 2015, semearam-se em Portugal 126.411 hectares de milho, que representam 41% da área de cereais e 36% da área das culturas arvenses.