Para avaliar a velocidade do vento poderá recorrer às recomendações do Quadro 1.
Quadro 1 – Velocidade do vento, sua caracterização e recomendações sobre a pulverização de produtos fitofarmacêuticos.
Velocidade do vento (km/h) | Caracterização | Sinais visíveis | Recomendação |
---|---|---|---|
< 1,8 | Calmo | O fumo sobe verticalmente | Evitar pulverizar nas alturas mais quentes do dia |
1,8 – 3,6 | Leve corrente de ar | O fumo desvia-se da vertical | Evitar pulverizar nas alturas mais quentes do dia |
3,6 – 7,2 | Brisa | Leve movimento das folhas e a brisa sente-se na face | Ideal para a pulverização |
7,2 – 10,8 | Brisa forte | Folhas e raminhos em movimentos constantes | Evitar a aplicação de herbicidas |
> 10,8 | Vento moderado | O vento levanta poeiras e papéis do chão | Não aconselhável pulverizar |
(fonte: Guia para a aplicação de produtos fitofarmacêuticos – Técnicas e material de aplicação)
Podemos atenuar os riscos resultantes do vento jogando com o tamanho das gotas: adaptando o tipo de bicos, o ângulo do jacto, a dimensão do orifício dos bicos, a pressão.
Em culturas baixas podemos também jogar com a altura da barra de pulverização. É preciso no entanto não esquecer outros riscos que poderão ocorrer: a formação de gotas muito grandes pode levar a um fenómeno de arrastamento do produto; uma barra não deve ser colocada demasiado baixa se não for estável (risco de má distribuição do produto).
Temperatura e humidade
Temperaturas elevadas e humidade relativa baixa (<60%) favorecem a perca de eficácia dos produtos por evaporação das gotas mais finas. Deste modo se a humidade do ar for elevada, as gotas de pulverização atingem mais facilmente o seu alvo. Evitando a evaporação e posterior deposição em outros locais.
A aplicação de produtos fitofarmacêuticos não deve ser efectuada nas horas mais quentes do dia.
Precipitação
A ocorrência de precipitação significativa (> 10mm) após o tratamento é um dos principais factores de transferência dos produtos fitofarmacêuticos para a água (risco de lexiviação – movimento através do solo- e arrastamento superficial).
Esta transferência reduz a eficácia dos produtos e pode contribuir para a contaminação das águas.
Torna-se assim fundamental conhecer a previsão do estado do tempo antes de efectuar a aplicação dos produtos fitofarmacêuticos.
Na actualidade, existem vários locais na Internet onde poderá encontrar informação sobre a previsão do estado do tempo, entre eles o local da Syngenta.
Se a chuva obrigar a uma nova aplicação, esta multiplicará o risco de contaminação do meio ambiente e representa um custo suplementar.
Avalie o local a tratar
Evite aplicar produtos fitofarmacêuticos demasiado próximo de cursos de água, estes são pontos sensíveis à contaminação da água com produtos fitofarmacêuticos. Sendo as zonas agrícolas áreas em que os cursos de água ocorrem em grande número deveremos proceder com cuidado para não contribuirmos para uma contaminação mais alargada do ambiente.
Não devemos esquecer que estes pontos de água podem ser uma fonte de água potável (para o Homem e animais) e ainda que a água é um recurso limitado essencial à vida.
Para evitar o risco de contaminação das águas deverá identificar bem as parcelas a tratar no que respeita a:
- Distância da parcela à água,
- Superfície,
- Tipo de solo,
- Teor em matéria orgânica,
- Declive, etc.
Prepare o solo e semeie de forma a evitar o arrastamento do solo pela chuva e o consequente arrastamento dos produtos fitofarmacêuticos aplicados para as ribeiras, charcas, poços, etc.
Escolha e utilize os produtos fitofarmacêuticos correctamente
Conheça bem as características dos produtos que vai utilizar, leia atentamente o rótulo, não utilize os produtos para finalidades não autorizadas e não ultrapasse a dose autorizada (quantidade máxima autorizada por hectare).
Usar uma dose demasiado baixa é tão mau como usar uma dose demasiado alta. Representa uma perca de dinheiro e uma introdução desnecessária de químicos no ambiente
Verifique se nas precauções toxicológicas, ecotoxicológicas e ambientais, constantes no rótulo, existe alguma indicação sobre os cuidados a ter para protecção das águas subterrâneas ou de superfície como por exemplo:
- Para protecção dos organismos aquáticos, respeitar uma zona não pulverizada de 10 metros em relação às águas de superfície
- Para protecção das águas subterrâneas, não aplicar este produto em solos arenosos e/ou pobres em matéria orgânica.