Descrição
A Doença da Murchidão do Pinheiro propaga-se através do nemátodo da madeira do pinheiro (Bursaphelenchus xylophilus), um ser vivo microscópico, que mede tipicamente 1mm de comprimento. Vivem nos canais de resina e nos vasos que transportam a água (xilema) e, uma vez lá dentro, a sua alimentação pode bloquear rapidamente o movimento ascendente de líquidos, levando à morte da árvore. Isto contrasta com o comportamento do nemátodo na sua terra de origem, os E.U.A., onde o nemátodo da madeira do pinheiro (NMP) se alimenta de fungos que provocam o azulamento (Ceratocystis spp.) e que vivem na madeira de pinheiros mortos e moribundos.
Os nemátodos conseguem movimentar-se facilmente no tecido vascular de uma árvore, mas não se deslocam de árvore em árvore, sem a ajuda de um insecto vector. Em Portugal, este insecto vector é o escaravelho longicórneo, Monochamus galloprovincialis, que transmite o NMP enquanto se alimenta. Por esta razão, os ciclos de vida do NMP e do escaravelho longicórneo, tornaram-se intimamente interligados.
O escaravelho longicórneo fêmea põe os ovos nos meses do Verão sob a casca de pinheiros mortos ou moribundos. Quando as larvas eclodem, alimentam-se e penetram bem fundo na madeira, onde entram no estádio de pupa. O recém-formado escaravelho adulto emerge da árvore no período entre Abril e o fim de Setembro.
Antes de o escaravelho abandonar a árvore, grande número de nemátodos aglomera-se nas cavidades que rodeiam a pupa em desenvolvimento e depois avançam para o sistema respiratório do escaravelho, conhecido como traqueia. Já foram encontrados dezenas de milhares de nemátodos dentro de um único escaravelho longicórneo.
Quando o escaravelho emerge, voa para longe e pode viajar várias centenas de metros para encontrar ramos em árvores saudáveis para se alimentar. A infecção ocorre durante a alimentação nas células epiteliais, que delimitam os canais de resina. As feridas criadas por este processo de alimentação proporcionam pontos de entrada para os nemátodos.
Sintomas
Correntemente, os primeiros sintomas, como as agulhas castanhas, aparecem pouco tempo depois da infecção. Sob condições favoráveis aos nemátodos, uma árvore infectada pode morrer passadas algumas semanas.
Após a infecção, as árvores mudam rapidamente de cor e exibem sintomas da doença passadas várias semanas. A folhagem passa de verde a verde-amarelado, vermelho e, por fim, castanho. Outros sintomas incluem a reduzida produção de resina. Inicialmente os ramos individuais podem ser afectados, mas os outros ramos seguem-se-lhes, pois a doença propaga-se rapidamente. Em alguns casos, os sintomas afectam toda a árvore quase de imediato. Há casos em que as agulhas permanecem nas árvores mortas durante um ou mais anos.
Amostras de tecido das árvores podem ser submetidas a testes laboratoriais para detectar a presença dos nemátodos, mas normalmente as árvores apresentam sinais de infecção muito antes da chegada do resultado das análises.
Danos
Um pinheiro infectado pode morrer em um mês. Os nemátodos são transportados por escaravelhos Monochamus, que se alimentam dos pinheiros – normalmente na copa das árvores. Este processo de alimentação injecta os nemátodos na árvore. A infecção, que normalmente se espalha de cima para baixo, bloqueia gradualmente o sistema vascular que fornece água e nutrientes aos ramos. Sem a capacidade de transportar água e nutrientes vitais, a árvore morre de cima para baixo.
Medidas de profilaxia
É imperativo restringir a propagação da doença através de boas práticas sanitárias uma vez que as árvores mortas podem funcionar como reservatórios para o escaravelho longicórneo. As árvores infectadas devem ser abatidas e removidas da area, queimadas ou destruídas rapidamente, deve-se também evitar deixar permanecer ramos de árvores infectadas no pinhal.
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