Syngenta promoveu debate sobre a transformação do sistema agroalimentar
A 15ª edição do FFA-Forum for the Future of Agriculture, decorreu a 15 de março em Bruxelas, reunindo especialistas nacionais e internacionais num oportuno debate sobre o desafio da transformação do sistema agroalimentar e a necessidade de garantir a segurança alimentar mundial.
«A segurança alimentar é vital, e agora mais do que nunca, mas só poderemos alcançar uma segurança alimentar sustentável e duradora através da transformação do sistema agroalimentar», defendeu Janez Potocnik, chair do FFA, na abertura da conferência. Apesar de reconhecer o efeito de choque da guerra na Ucrânia no comércio e na cadeia alimentar mundiais, o ex-comissário europeu considera que «agora é a hora de manter a calma e não nos afastarmos do caminho de longo prazo para a transformação do sistema alimentar».
No segundo painel da manhã, os oradores apresentaram diferentes perspetivas sobre como promover maior colaboração entre a União Europeia e os Estados-membros para a transformação do sistema agroalimentar. O chefe de gabinete do Comissário Europeu da Agricultura, Maciej Glubiewski, sublinhou que a UE deve manter as metas traçadas na Estratégia do Prado ao Prato e continuar focada na sustentabilidade como prioridade.
Por seu turno, Achim Irimescu, ministro que representa a Roménia na UE, pôs a tónica nas soluções que os agricultores precisam para assegurar a produção de alimentos sustentáveis para todos os europeus: «tem tudo a ver com dinheiro. A Comissão exige aos agricultores que produzam mais com menos recursos, mas sem investimento público não podemos implementar as mudanças necessárias».
O agricultor e dirigente associativo austríaco Zeno Piatti garantiu que os agricultores são os primeiros interessados em trabalhar com a Natureza e em dar resposta aos desafios ambientais, mas precisam de ter a sua posição reforçada, com um novo modelo de apoios da PAC e um orçamento mais ambicioso. «Se sou obrigado a investir em máquinas maiores e em novas tecnologias para ser rentável, vou deixar de lado a biodiversidade e as metas climáticas», reconheceu este agricultor em modo de produção biológico.
A abrir o painel, Geneviève Pons, diretora-geral da Europa-Jacques Delors em Bruxelas, afirmava que «a nova Política Agrícola Comum é um passo na direção certa, mas não é o enquadramento político que precisamos para a transformação do sistema agroalimentar, porque está focada na produção primária, deixando de fora a parte alimentar e ambiental», defendendo a necessidade de «uma política alimentar da UE em articulação com as políticas dos Estados-Membros, ambas alinhadas com um objetivo comum».
A opinião dos especialistas portugueses
A Syngenta Portugal reuniu um painel de convidados para assistir e comentar o tema do Forum for the Future of Agriculture e contou nesta sessão, em Lisboa, com a presença do novo Diretor-Geral da Syngenta para Portugal e Espanha, Ronan de Herce, que reforçou o compromisso da empresa em proporcionar tecnologias inovadoras aos agricultores para garantir a produtividade agrícola e a segurança alimentar, sem perder de vista a sustentabilidade ambiental.
Perante a atual instabilidade na Europa, provocada pela guerra na Ucrânia que coloca sob pressão o abastecimento e os preços das matérias-primas e dos produtos agrícolas, haverá margem de manobra para que os Estados-Membros ajustem os seus Planos Estratégico da Política Agrícola Comum (PAC)?
À pergunta colocada pelo moderador, José Diogo Albuquerque, CEO do Agroportal, António Paula Soares, agricultor e presidente da ANPC-Associação Portuguesa de Proprietários Rurais, Gestão Cinegética e Biodiversidade, respondeu: «vivemos uma situação socioeconómica gravíssima devido à guerra e agravada pela seca, por isso é preciso parar para pensar, porque está em causa a soberania alimentar da Europa», alertando que «a sustentabilidade ambiental está no centro das atenções, mas não podemos perder o foco da necessária sustentabilidade económica e social da agricultura».
Eduardo Diniz, diretor-geral do GPP, e António Paula Soares, agricultor e presidente da ANPC
Eduardo Diniz, diretor-geral do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral do Ministério da Agricultura, reconheceu que será muito difícil mudar agora as regras da nova PAC, que entram em vigor em janeiro de 2023, e disse que estão a ser preparadas pela Comissão Europeia e pelos Estados-membros medidas excecionais para ajudar os agricultores a suportar o aumento dos custos de produção e garantir o abastecimento alimentar da Europa.
Gabriela Cruz, agricultora e presidente da APOSOLO- Associação Portuguesa de Mobilização e Conservação do Solo, defendeu que a PAC deve apoiar práticas regenerativas do solo, tais como a mobilização de conservação e a agricultura de conservação, que respondem ao desafio de produzir mais alimentos de forma sustentável.
José Diogo Albuquerque, CEO do Agroportal, e Gabriela Cruz, agricultora e presidente da APOSOLO
Helena Freitas, diretora do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra e coordenadora da Cátedra UNESCO em Conservação da Biodiversidade para o Desenvolvimento Sustentável, afirmou, na sua intervenção online, que a “agenda ecológica inteligente” da Europa é inexorável e que a agricultura e alimentação, apoiadas pela Ciência, são peças-chave na transformação do sistema alimentar.
O Forum for the Future of Agriculture é a conferência anual promovida pela European Landowners’ Organization e a Syngenta, desde 2008, onde Agricultura e Ambiente se encontram para um diálogo aberto, visando contribuir para o desenvolvimento de um sistema agroalimentar mais sustentável.
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Sobre a Syngenta
A Syngenta é uma das empresas líderes no setor agrícola a nível mundial. A nossa ambição é ajudar a alimentar o mundo de forma segura, ao mesmo tempo que cuidamos do planeta. A nossa proposta de valor é melhorar a sustentabilidade, a qualidade e a segurança da agricultura, através da Ciência e de soluções inovadoras para as culturas agrícolas. As nossas tecnologias permitem que milhões de agricultores em todo o mundo façam um melhor uso dos recursos agrícolas limitados. Com 26.000 colaboradores em mais de 100 países, trabalhamos para transformar a agricultura. Através das nossas parcerias, colaborações e do nosso programa de sustentabilidade “The Good Growth Plan” assumimos um compromisso com a melhoria da produtividade das culturas agrícolas, a recuperação dos solos, o incremento da biodiversidade e a revitalização das comunidades rurais.
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