Oídio da Macieira em Pomóideas
Oídio
Descrição
O oídio da macieira é uma doença que requer alguma atenção sempre que existam no pomar variedades muito sensíveis como, por exemplo, o grupo das Jonathan, mesmo como polinizadoras. Nestas variedades é frequente a presença de micélio de oídio nas estremidades dos ramos do ano tornando-os de uma cor esbranquiçada. Ao observarem-se estes ramos atacados, devem ser suprimidos durante a poda, retirados do pomar e queimados. Nestas situações, deve ser feita uma vigilância desde muito cedo e proteger o pomar contra o oídio.
O oídio da macieira é um ectoparasita obrigatório que desenvolve todo o micélio e frutificações à superfície dos órgãos, emitindo apenas os haustórios para o interior dos tecidos vegetais.
Ciclo de desenvolvimento
No Inverno, o oídio conserva-se (hiberna) sob a forma de micélio nos botões, entre as escamas, e fixa-se aos pêlos e às células da epiderme graças a haustórios.
Na Primavera, a partir do estado C, os conídios produzidos no micélio hibernante dão origem a rebentos doentes (focos de infecção primária). Na superfície, a hifa produz órgãos reprodutivos assexuados que libertem conídios (cerca de 4 dias após a contaminação) no ambiente da árvore os quais serão disseminados pelo vento e irão provocar novas infecções (infecções secundárias).
No Outono, os órgãos de reprodução sexual podem aparecer nas folhas ou nos ramos doentes. De cor castanho-preto, mais arredondados e munidos de cerdas duras (fulvres), são, no entanto, pouco frequentes.
Factores favoráveis ao desenvolvimento
A incubação depende do tempo em que a folha permanece húmida e da temperatura (entre 12ºC a 38ºC, estando o óptimo a 20ºC - 22ºC) não sendo muito exigente em humidade relativa (40 - 100%). A presença de uma película de água sobre o hospedeiro evita a germinação dos conídios e, consequentemente, a infecção.
A época de contaminação vai desde a floração até à queda das folhas, sempre que apareçam novos lançamentos e o tempo decorra nublado. As folhas são muito susceptíveis à doença até aos 6 dias, ficando praticamente imunes após 14 a 17 dias de existência.
Sintomas
A sintomatologia do oídio manifesta-se pela presença de um pó branco, farinhoso no exterior dos órgãos (folhas, flores e frutos).
Os ramos são finos e raquíticos, cobertos por uma poeira micelial cinza-esbranquiçada.
Os rebentos de oídio do ano anterior têm ramos longos com folhas deformadas. Os novos ramos param os crescimentos e apresentam os entrenós curtos, evoluindo em órgãos cheios de oídio, que podem persistir durante a época de repouso vegetativo.
Os botões são destruídos ou sofrem deformidades. As escamas dos gomos ficam semicerradas e os gomos podem mesmo abortar.
Os botões afectados, normalmente têm um atraso na rebentação que pode ir até 8 dias.
As inflorescências são atrofiadas e cobertas pela mesma “poeira” levando ao seu aborto na maior parte dos casos.
As folhas jovens cobrem-se com uma pubescência cinza-esbranquiçada (contaminação secundária). Estas são muito susceptíveis nos primeiros dias de crescimento e normalmente as infecções aparecem junto das nervuras e depois estendendo-se por toda a folha.
A contaminação pode espalhar-se para o conjunto das folhas, principalmente na sua parte inferior.
Normalmente as folhas contaminadas ficam com uma consistência mais endurecida, podendo ficar encurvadas para a página superior. Pode ocorrer a sua queda prematura se o ataque for intenso.
Os frutos são, por vezes, atingidos e apresentam então uma alteração da sua cor com carepa e deformações na fossa apical.
Medidas de profilaxia
Os métodos profiláticos consistem na remoção dos rebentos com oídio durante a poda de Inverno.