Ácaros em Tomate
Ácaros
Uma das pragas mais frequentes na cultura do tomateiro são os ácaros, os quais atacam essencialmente na época estival e geralmente no último terço do desenvolvimento vegetativo da cultura, fase essa em que já existem frutos maduros e translocação de açúcares. São vários os grupos taxonómicos que afectam esta cultura, mas o destaque vai para o aranhiço vermelho (Tetranychus urticae).
Danos na cultura
Os ácaros localizam-se essencialmente na página inferior das folhas, onde tecem as suas teias que ajudam na retenção de humidade e servem de protecção às condições ambientais desfavoráveis, nomeadamente aos tratamentos fitossanitários. A sua presença é facilmente identificável pela observação das teias e do amarelecimento foliar pontual que ocorre na página superior contigua às teias. Os estragos na cultura resultam da sua alimentação, uma vez que sugam o conteúdo das células epidérmicas. As folhas afectadas apresentam inicialmente à superfície um conjunto de pontos pequenos e cloróticos que conduzem a enrolamento da folha. Não havendo controle da praga as folhas acabam mesmo por secar.
Estes ácaros atingem populações mais elevadas a partir de meados do mês de Julho, sendo que os tomatais junto a marachas, caniços, silvados e morangais são os primeiros a ser afectados. A dispersão das formas móveis deste insecto é feita principalmente com a ajuda do vento e pelo contacto entre plantas. Quanto mais precoce for o ataque desta praga relativamente ao ciclo do tomateiro, mais graves serão as consequências, originando maiores quebras de produção e maiores irregularidades na maturação do fruto. A translocação dos assimilados é gravemente afectada, com consequências ao nível da valorização da produção, dado que o grau brix dos frutos é mais baixo.
Morfologia e Bioecologia
Este ácaro, pertencente à família dos tetraniquídeos, sendo extremamente polífago dá preferência às solanáceas. Consegue dar continuidade ao seu ciclo de vida em diversas plantas herbáceas e arbustivas, nomeadamente em diversas infestantes do tomateiro, tal como a Erva-moira (Solanum nigrum) e o Catassol (Chenopodium album).
Os jovens adultos têm uma coloração amarela esverdeada, que com o tempo evolui para uma tonalidade avermelhada. Os adultos têm 4 pares de patas e dimensões entre 0,3 e 0,5 mm de comprimento, sendo as fêmeas ligeiramente maiores, estas têm uma forma ovalada enquanto que os machos são mais alongados. Os ovos, são postos nas folhas sendo protegidos pelas teias, medem 120 μm de diâmetro, são lisos, arredondados e de cor esbranquiçada que evolui para o amarelo no fim do período de incubação. A larva é amarela, arredondada, com cerca de 150 μm e apresenta apenas 3 pares de patas. As ninfas são idênticas aos adultos e já apresentam 4 pares de patas, são amarelas com duas manchas laterais mais escuras e os olhos vermelhos.
O desenvolvimento de ovo a adulto é relativamente rápido, dependendo da temperatura e da humidade, sendo que a 25ºC e 80% de Humidade Relativa a duração é de cerca de 12 dias e a 33ºC é de menos de 5. Com temperaturas acima dos 40ºC a taxa de mortalidade é extremamente elevada.