Afídeos em Tomate

Afídeos

Os afídeos consistem na praga mais frequente na cultura do tomate mas o seu controlo é relativamente simples, bastando para isso que o Produtor/Técnico efectue monitorizações atentas às parcelas, de forma a se fazer a detecção precoce das primeiras colónias de afídeos, e rapidamente realizar-se o tratamento insecticida.

Danos na Cultura

Esta praga é nefasta de forma directa porque ao alimentar-se da seiva elaborada do tomateiro vai impedir que a mesma seja suficiente para as necessidades da planta. Com isto as folhas começam a manifestar um fraco desenvolvimento, amarelecimento e enrolamento sobre a página inferior, servido o seu interior de protecção a colónias de afídeos. Aquando de grandes ataques de afídeos é frequente ocorrerem abortamentos florais.

A fracção de seiva elaborada ingerida pelo insecto mas que não é absorvida pelo mesmo, é eliminada pelos seus sifões na forma de gotas, a Melada, que é uma substância açucarada, que ao depositar-se nas folhas e noutros órgãos, serve de meio para o desenvolvimento de fungos saprófitos conhecidos por Fumagina. Quando a camada de Fumagina é espessa o processo de Fotossíntese é bastante reduzido, afectando indirectamente o desenvolvimento da planta.

Por outro lado os afídeos podem servir como vectores de diversas viroses, que assim podem conduzir a grandes perdas de produção, como é o caso do mosaico do pepino (Cucumber mosaic vírus, CMV).

Espécies e Morfologia

Em Portugal, as principais espécies de afídeos que podemos encontrar na cultura do tomateiro são:

  • Macrosiphum euphorbiae – conhecido vulgarmente por afídeo verde da batateira, os indivíduos adultos são de cor verde-claro a rosados, em forma de fuso alongado e de grandes dimensões (2 a 3 mm), possuem sifões e patas compridas, e antenas mais compridas que o corpo e divergentes.
  • Myzus persicae – conhecido por afídeo verde do pessegueiro, é menos largo e menos alongado (1,8 a 2,2 mm) que a espécie anterior, sendo as suas antenas tão compridas como o corpo e convergentes.
  • Aphis fabae – o afídeo da fava é de tonalidade negra, são ovalados e com 1,5 a 2,5 mm de comprimento, as antenas são mais curtas que o corpo, a cauda é grossa e os sifões são mais curtos e escuros.
  • Aphis gossypii – Os indivíduos podem apresentar cores do verde-claro ao verde-escuro, medem de 1,2 a 2 mm e o corpo é ovalado, a cauda é pouco pronunciada e estreitada na base e os sifões são negros.

Bioecologia

Os Afídeos são insectos dióicos, ou seja, apresentam vários hospedeiros secundários entre os quais o tomateiro, e reproduzem-se por via bissexual, ovípara - durante o Inverno e ainda no hospedeiro primário – ou por partenogénese quando já presentes no hospedeiro secundário.

Os primeiros ataques de afídeos dão-se geralmente a partir dos meados de Abril (com temperaturas acima dos 25ºC) e são realizados por fêmeas aladas, as primeiras colónias surgem pois por reprodução destas, originando descendentes ápteros por partenogénese. Estas fêmeas são capazes de originar 30 a 40 indivíduos que em 7 dias podem completar o seu ciclo biológico (Gutiérrez, et al, 1998).