Cochonilha de S. José em Pomóideas
Cochonilha de S. José
Descrição
A cochonilha de S. José é um homóptero da família Diaspididae, originário do Extremo Oriente.
Nas condições do Ribatejo e Oeste, a cochonilha S. José ataca as pereiras, podendo provocar a depreciação de frutos, destruição de ramos e morte de árvores.
Esta espécie apresenta acentuado dimorfismo sexual, passando no seu desenvolvimento por diferentes estados até atingir a fase adulta.
A fêmea adulta é áptera, piriforme, aplainado, ligado à planta e escondido sob um escudo circular desmontável, cinza-escuro, com cerca de 2 mm de diâmetro.
O macho tem um par de asas.
A maior dispersão da praga ocorre no estado de larva recém eclodida, pois o insecto pode deslocar-se. As larvas do primeiro instar têm o corpo de forma oval, cor amarela e comprimento de 0,2 mm a 0,3 mm, apresentando três pares de patas e um par de antenas. Posteriormente, as larvas fixam-se sobre o hospedeiro, onde segregam uma substância cerosa que origina a formação dum escudo com uma coloração acinzentada e dimensão de 0,6 mm a 0,7 mm de diâmetro. A partir desta fase, é possível observar o dimorfismo sexual: as cochonilhas fêmeas apresentam o escudo de forma circular, enquanto nos machos o escudo adquire a forma elíptica.
Ciclo de desenvolvimento
A cochonilha de S. José tem, no nosso país, três gerações anuais, uma das quais incompleta. A primeira geração tem início em meados de Maio, quando eclodem as larvas da 1ª geração, seguindo-se as outras duas a partir de Julho até fim de Outubro. Esta praga foi observada pela primeira vez em Portugal em 1931, perto de Aveiro.
A praga passa o Inverno no estado de larva do primeiro (fixa em diapausa) ou segundo instar e no estado de fêmea adulta.
No final do Inverno, os indivíduos hibernantes retomam o seu desenvolvimento e as fêmeas, 30 a 40 dias após a copulação, dão origem a larvas móveis. As condições climáticas durante o Inverno condicionam o aparecimento das larvas móveis da primeira geração, podendo verificar-se a sua presença desde o mês de Março até início de Junho.
A fêmea é vivípara, e a partir de finais de Maio, dá à luz a 8 a 10 larvas por dia. O período de posturas pode durar de 6 a 8 semanas.
Em planta hospedeira favorável, a fertilidade média é de 400 larvas.
As larvas, em primeiro lugar móveis, fixam-se e instalam os seus estiletes nas células vegetais. Formam crostas sobre os ramos, por vezes nas folhas e nos frutos, em volta do olho.
Após duas mudas, em Março e em Maio, dão machos e fêmeas.
O pico máximo da população de larvas móveis da 1ª geração ocorre durante o mês de Maio, enquanto na 2ª geração se verifica em Julho.
Danos
O ataque da praga nos frutos provoca o aparecimento das características pintas vermelhas, enquanto sobre a madeira é possível observar uma coloração avermelhada.
Trata-se de uma praga cuja limitação natural não se mostra muito eficaz na região, recorrendo-se, na maioria das vezes, à luta química para o seu combate.
As picadas de alimentação são acompanhadas pela injecção de uma saliva tóxica.
Provocam a deformação dos órgãos vegetais, a queda das folhas, colorações da epiderme dos frutos assim como o perecimento dos ramos colonizados.
Os frutos podem ser desclassificados.
Infestações importantes e repetidas enfraquecem a planta e pode levar à sua morte.
Medidas de profilaxia
A luta é obrigatória contra esta praga, sujeita a quarentena.
A cochonilha de São José tem muitos inimigos naturais: micro-himenópteros e várias joaninhas mas a sua contribuição é geralmente insuficiente no caso de pomares infestados.
Os tratamentos de finais de Inverno são os mais eficientes (momentos nos quais as cochonilhas activam o seu metabolismo).
Durante o período de vegetação, são vulneráveis quando são móveis.
A enxameação da primeira geração em Maio-Junho é o melhor momento para realizar tratamentos em vegetação.