Insectos do solo - Alfinete em Tomate

Insectos do solo

O Alfinete é uma praga do solo, como tal ataca as partes das plantas que se situam ao nível do solo. A espécie predominante no caso do tomateiro é a Agriotes lineatus Linnaeus, que sendo uma espécie bastante polífaga ataca culturas como a batateira, o milho, a beterraba, as couves, etc.

Danos na cultura

O alfinete é o nome que se dá à larva de Agriotes lineatus L., em termos técnicos são apenas as formas larvares que são objecto da nossa atenção, visto que são elas as responsáveis pelos ataques desta espécie à cultura do tomate. Nesta cultura os alfinetes atacam as raízes e o caule das plantas, procurando geralmente tomateiros com no máximo uma semana de transplantação, sendo que as plantas que já passaram a crise de transplantação já não são suficientemente tenras. Ao atacarem o tomateiro, os alfinetes procuram o caule, penetrando por ele acima alimentando-se pela parte interna do mesmo. A planta afectada geralmente acaba por morrer, mas por vezes consegue ainda reagir, emitindo novas raízes na zona logo acima à perfuração efectuada. As plantas que conseguem resistir ficam mais susceptíveis aos fungos do solo, devido à ferida aberta pela mordedura. Ataques muito generalizados no tomateiro, que normalmente ocorrem após o cultivo de cereais - nomeadamente trigo e milho – podem levar à perda de mais de 50% das plantas, o que se traduz por um elevado custo de mão-de-obra na rematação para reposição da densidade pretendida.

Morfologia e Bioecologia

O adulto de Agriotes lineatus L. é um escaravelho que pode encontrar-se nas infestantes ou correndo aceleradamente à superfície do solo, entre Abril e Junho. Voa muito raramente e mede cerca de 8 mm de comprimento, é de cor castanho-escuro, possui élitros estreitos, alongados na extremidade e apresenta o corpo coberto por uma pubescência cinzenta. As fêmeas fazem as posturas dos ovos em solo fresco a 4-6 cm de profundidade em grupos de 3 a 12, sendo que cada uma é capaz de pôr entre 150 a 200 ovos férteis. Ao fim de 25 a 60 dias eclode a larva, com um tamanho praticamente invisível e uma tonalidade esbranquiçada que com o crescimento evolui para a caracteristica tonalidade amarela. O período larvar compreende 8 estágios e dura cerca de 4 anos. As que atacam as pequenas plantas e que facilmente podemos encontrar no solo, já têm 2 a 3 anos de vida são cilíndricas e alongadas, chegando a medir 4-5 cm, possuem um par de potentes mandíbulas e 3 pares de pernas finas logo a seguir à cabeça. Ao fim do Verão do 4.º ou 5.º anos de vida a larva atinge o estádio pleno, cava no solo uma pequena cela e pupa. O adulto emerge da pupa no fim do Outono do mesmo ano, hiberna no solo e vem à superfície na Primavera.