Larva Mineira do Tomate

Larvas mineiras

Dispomos de toda a informação que necessita sobre a praga da larva mineira do tomate, assim como de soluções eficazes para controlar os danos que provoca.

Esta é uma praga relativamente recente na produção de tomate em Portugal, cujo aparecimento no nosso país se deveu ao comércio de material de propagação e de plantas ornamentais. As espécies que podemos encontrar na cultura do tomate pertencem à família Agromyzidae, sendo elas a Liriomyza huidobrensis Blanchard, a Liriomyza bryoniae Kaltenbach e a Liriomyza trifolii Burgess, sendo esta última a que mais frequentemente consegue atingir níveis populacionais capazes de induzir estragos significativos. É uma praga que geralmente apenas consegue ter níveis de ataque elevados a partir do mês de Julho e em certos anos apenas a partir do final de Agosto.

Danos na cultura

Os danos que este insecto consegue originar na cultura do tomate relacionam-se com a sua alimentação durante os 3 primeiros estágios larvares. Durante esta fase a larva à medida que se vai alimentando do parênquima vai escavando galerias sinuosas ao longo das folhas e por vezes até dos caules. Os danos desta praga correspondem pois à redução de superfície fotossintética igual à área do labirinto. No entanto, aquando de ataque muito severos, com elevada densidade de larvas por folha, estas acabam mesmo por secar. De forma indirecta esta praga por abrir feridas no tecido da planta torna-a mais susceptível às doenças, nomeadamente o míldio e em especial o oídio.

Morfologia e Bioecologia

A Liriomyza trifolii é um Díptero que pertence à família Agromyzidae cujos indivíduos a ela pertencentes têm como singular característica, o facto de as formas imaturas realizarem pequenas galerias no tecido vegetal das plantas. O adulto é uma pequena mosca de cerca de 2 mm de comprimento e uma envergadura alar entre 1,25 e 1,9 mm, tem a cabeça amarela com excepção da parte posterior e da zona dos olhos que são vermelhos, o tórax e o abdómen são maioritariamente cinzentos e negros, sendo a parte ventral e as patas essencialmente amarelas. Possuem apenas um par de asas que são transparentes e cobrem todo o abdómen quando em repouso. Os ovos não são visíveis a olho nu, medindo menos de 0,2 mm, têm uma forma oval, inicialmente são transparentes mas rapidamente adquirem uma coloração esbranquiçada. As larvas inicialmente são transparentes mas adquirem uma coloração branca, o extremo anterior é bastante mais estreito que o posterior, nos três estágios por que passam, são muito idênticas, sendo as suas dimensões o que permite diferenciar as fases. Inicialmente tem um comprimento de cerca de 0,33 mm e na fase final pode medir até 2,62 mm enquanto que o diâmetro pode ir dos 0,08 aos 0,31 mm. Tal como o crescimento da larva também o diâmetro da galeria por ela feita vai aumentando ao longo do percurso na planta. A pupa tem as paredes muito quitinizadas, mede 2 mm de comprimento e 0,8 mm de diâmetro. Esta inicialmente, apresenta cor dourada que vai evoluindo para o castanho no final da eclosão.

Com uma temperatura de 25ºC, o ciclo de vida da Liriomyza trifolii dura entre 25 e 32 dias. A longevidade de uma fêmea é de 13 a 18 dias enquanto o macho apenas vive 2 dias. Cada fêmea consegue efectuar até 39 posturas por dia, o que representa uma fecundação total de 200 a 400 ovos. Os ovos são postos no mesofilo das folhas. Ao fim do período de incubação que é de cerca de 3 dias as larvas introduzem-se no parênquima. As larvas ao alimentar-se escavam galerias sinuosas que são facilmente visíveis à contra luz, estas galerias vão aumentando de diâmetro à medida que a larva vai crescendo. No final do 3 estágio larvar – que dura cerca de 9 dias - esta perfura a epiderme superior da folha e sai, caindo para o solo ou fica retida entre a folhagem, realizando então aí durante 9 dias o 4 e último estágio larvar.

A ovoposição cessa a temperaturas inferiores a 15ºC, obtendo-se os níveis mais elevados entre os 25 e os 30ºC. Com temperaturas acima dos 32ºC a sobrevivência das larvas é acentuadamente afectada.