Mosca Branca em Tomate

Mosca branca

As moscas brancas em Portugal pertencem ao que podemos considerar, uma segunda linha de pragas prejudiciais à cultura do tomate para indústria. São duas as espécies referenciadas na cultura do tomate: a Trialeurodes vaporariorum e a Bemisia tabaci. No entanto a segunda é a mais eficiente como vector de viroses e a que apresenta populações mais numerosas em situações de ar livre, como é o caso da produção de tomate para indústria. São espécies altamente fitófagas, que além do tomate afectam culturas como o algodão, o feijoeiro, as cucurbitáceas, a beringela, o tabaco, etc.

Danos na cultura

A sua importância é relativa, uma vez que não são responsáveis por grandes quebras directas em termos de produção e ainda só foram registadas algumas situações pontuais de quebras indirectas por transmissão de viroses, como o sucedido há uns anos na zona de Elvas por TYLCV (Tomato Yellow Leaf Curl Vírus). Os danos directos deste insecto são similares aos efectuados pelos afideos, que incluem:

  • A produção de melada que posteriormente serve de meio para o desenvolvimento de fungos saprófitos conhecidos por Fumagina;
  • Manchas cloróticas das folhas seguido de amarelecimento generalizado da planta que nos casos mais graves resulta em abortamentos florais, atrofiamento dos órgãos vegetais e nanismo do tomateiro.

Morfologia e Bioecologia

As Moscas Brancas medem em adulto cerca de 1 mm e devem o seu nome ao facto de terem o seu corpo coberto por uma fina camada de pó esbranquiçado produzido por umas glândulas ventrais, mas no entanto por baixo deste pó o seu corpo é amarelo. As duas espécies referidas distinguem-se facilmente em repouso, sendo que a Trialeurodes vaporariorum assenta as asas sobre o corpo formando um tejadilho triangular enquanto que a Bemisia tabaci assenta as asas formando um tejadilho essencialmente rectangular.

A reprodução pode ser sexuada e/ou por partenogénese, sendo que cada fêmea pode efectuar cerca de 300 posturas. Os ovos são elípticos e medem cerca de 1,5 mm, apresentando à postura cor branca e à eclosão uma tonalidade acastanhada. As fêmeas põem-nos pendurados verticalmente nas folhas segregando para isso uma substância aderente.

O período de incubação é de 4-5 dias, ao que se segue o estado larvar, este compreende quatro estágios (L1, L2, L3 e L4). As do primeiro estágio são móveis até ao momento em que picam a folha, as larvas são espalmadas, ovais, de contorno irregular e de cor branca que evolui em L4 para tons amarelo intenso. A ninfa, de cor amarelada com duas pontuações avermelhadas correspondentes aos olhos, em 5-6 dias transforma-se num indivíduo adulto. O ciclo completo a 30ºC dura em média cerca de 34 dias.