Traça em Vinha

Lobesia botrana, Eupoecilia ambiguella

Traça

Morfologia

  • Ovo - redondo e lenticular, branco-amarelado, translúcido e brilhante ao sol, tem menos de 1 milímetro de diâmetro.
  • Lagarta - amarelo-acastanhada ou esverdeada e com a cabeça castanho claro, pode ir de 1 milímetro, no primeiro instar, até 1 centímetro no quinto instar.
  • Pupa - castanho escura com 7 milímetros de comprimento e geralmente envolvida numa teia.
  • Adulto - pequena borboleta com 6 milímetros de comprimento e 10 a 12 milímetros de envergadura. Asas castanho acinzentadas com manchas escuras irregulares e alternando com manchas mais claras.

Bioecologia

Hiberna no estado de pupa na casca das cepas, em folhas caídas ou no solo. No fim do Inverno ou início da Primavera eclodem os primeiros adultos. Estes, apenas têm actividade nocturna.

Regra geral, apresenta 3 gerações anuais, podendo em anos com Verão muito prolongado e com temperaturas muito elevadas, surgir uma 4ª geração.

A 1ª geração inicia-se, normalmente, em Março, e pode ir até Maio, ataca as inflorescências formando ninhos. As 2ª e 3ª gerações ocorrem em Junho-Julho e Agosto, respectivamente, e atacam os bagos já formados.

As temperaturas mais favoráveis são entre os 20 e os 25ºC. Acima dos 36ºC e Humidade Relativa baixa verifica-se uma elevada mortalidade de ovos.

Prejuízos

Na 1ª geração, observa-se a formação de ninhos com lagartas no interior, que roem algumas flores. Esta situação pode provocar desavinho mas, geralmente, devido à capacidade de recuperação da cepa e como os ataques não são muito fortes, os prejuízos são pouco significativos.

Nas 2ª e 3ª gerações as lagartas perfuram os bagos alimentando-se da polpa. Os estragos podem ser directos, por diminuição da produção, mas principalmente indirectos, em especial na 3ª geração, pois os ataques da traça potenciam o aparecimento de podridão-cinzenta e podridão-ácida.

Estratégia de Protecção

Passa pelo acompanhamento do desenvolvimento da praga, através de armadilhas sexuais – para determinação do início, do pico e do fim dos voos das diferentes gerações – e, da observação visual dos cachos para determinar a intensidade do ataque.

A 1ª geração geralmente não necessita de ser tratada, enquanto que nas 2ª e 3ª gerações, esse tratamento é quase sempre realizado.

O principal objectivo a ter em conta na realização do tratamento é evitar a penetração das lagartas nos bagos. Assim, em função do tipo de produto usado (ovicida ou larvicida), o seu posicionamento deve ser feito no início do voo, para os produtos ovicídas, ou 7 a 14 dias depois do início deste, para os produtos larvicídas.