Uma revolução na técnica da confusão sexual contra a traça-da-uva

Culturas permanentes
Traça-da-uva

Se existe praga que os viticultores das principais regiões vitivinícolas do país conhecem e com qual têm de lidar todos os anos é a traça-da-uva.

Esta traça, denominada Lobesia botrana, é motivo de preocupação para os viticultores campanha após campanha devido aos graves estragos que causa nas vinhas quando se alimenta dos cachos, reduzindo o rendimento e a qualidade da uva, pelo que é obrigatório implementar uma estratégia eficiente para o seu controlo ou erradicação.

Reconhecer a praga

Os adultos de Lobesia botrana têm asas anteriores acinzentadas com manchas avermelhadas e castanhas. As lagartas (de até 8-9 mm de comprimento) são verdes-amareladas ou castanho-claro, exceto a cabeça, que é amarela clara. São ágeis a mover-se.

Quanto ao seu ciclo de vida, as crisálidas hibernam em casulos escondidas sob a casca das videiras. As borboletas aparecem no início da Primavera e voam à tarde e à noite durante 2 a 3 semanas. Depois de pôr os ovos nos botões florais e no pedicelo, as fêmeas morrem. Ao fim de 1 a 2 semanas, nascem as lagartas da primeira geração. É neste estádio do ciclo de vida da praga que ocorrem os primeiros estragos na vinha. Em seguida, transformam-se em ninfas, alojando-se nos cachos ou sob a casca das videiras.

As crisálidas dão origem a novas borboletas que originam uma segunda geração de lagartas que atacam os bagos. No caso da Lobesia – há outra traça-da-uva chamada Eupoecilia ambiguella, sem importância económica nas vinhas portuguesas –, ocorre uma terceira geração considerada a mais perigosa, pois é uma porta de entrada para a podridão cinzenta: as feridas causadas nos bagos pelas picadas da traça estão contaminadas com o fungo Botrytis cinerea, que provoca a podridão cinzenta.

Um novo paradigma na confusão sexual contra a traça-da-uva

Embora a solução mais comum para a traça-da-uva tenha sido até há pouco tempo a aplicação de produtos fitofarmacêuticos, os viticultores têm vindo a adotar em alternativa a técnica da confusão sexual, que consiste na libertação de feromonas femininas para controlar a população de machos da traça, reduzindo assim o acasalamento e, consequentemente, a fecundação. A confusão sexual procura restaurar o equilíbrio natural da cultura, controlando a população da praga sem erradicá-la.

No método tradicional da confusão sexual os difusores de feromonas são colocados na vinha, libertando feromona em quantidade suficiente para saturar o ambiente e confundir os machos de Lobesia, que veem limitada a sua capacidade de localizar as fêmeas com quem querem acasalar. Isto resulta numa redução significativa da reprodução da traça-da-uva e, portanto, numa diminuição da população da praga.

A Syngenta propõe uma inovação na técnica da confusão sexual contra a traça-da-uva, Exployo®Vit, um novo conceito que não requer a colocação de difusores na vinha, consistindo em pulverizar a feromona que se encontra sob a forma de um microencapsulado exclusivo que permite a sua libertação lenta.

Esta feromona pulverizável, à base de acetato de (E,Z)-7,9-DODECADIEN-1-ILO com uma concentração de 23,2 g/l, é totalmente compatível com programas de proteção integrada.

Exployo®Vit pode ser aplicado com outros produtos tradicionalmente usados na vinha, sempre que a curva de voo da traça o aconselhe. As microcápsulas aderem às folhas e aos cachos, que servem de difusores da feromona, permitindo a confusão sexual da traça-da-uva. Uma única aplicação deste produto gera mais de 10.000 triliões de microcápsulas biológicas, à base de cera e óleo, por hectare. Cada uma liberta lentamente feromonas de alta pureza, permitindo elevada eficácia.

Outras das grandes vantagens desta inovadora forma de confusão sexual, em comparação com os tradicionais difusores, é a facilidade e rapidez de aplicação. Além disso, permite uma distribuição uniforme e só se aplica se a pressão da praga o justificar.

O método de confusão sexual proposto pela Syngenta aos viticultores é uma alternativa mais sustentável e amiga do ambiente porque minimiza o impacto nos organismos não alvo.